Objetivos de um sistema de custos
Kaplan (1988) identificou os seguintes objetivos a serem alcançados pelos sistemas de custos:
a) avaliação dos estoques para elaboração de relatórios financeiros e fiscais, alocando os custos de produção entre produtos vendidos e em estoque;
b) controle operacional, fornecendo informações para os gerentes de produção sobre os recursos consumidos durante o período;
c) apuração individual dos custos dos produtos. O que se verifica é que o Sistema Tradicional de Custos foi desenhado para atender satisfatoriamente bem ao primeiro objetivo, fornecendo relatórios auditáveis e satisfazendo aos princípios contábeis geralmente aceitos, pois, na época, esses princípios consistiam na maior preocupação da administração voltada à informação dos usuários externos, do fisco, dos credores e dos investidores.
O segundo objetivo deve ser atendido por meio de um sistema que forneça respostas rápidas e que siga o ciclo operacional do processo que se deseja controlar, sendo para tanto mais bem atendido por medidas de produtividade com índices físicos, não-financeiros, tais como: índices de rendimento, taxas de defeitos, quantidades produzidas, níveis de estoque físico, entre outros.
O terceiro objetivo é o que se propõe atender por meio do Sistema de Custos ABC, que foi desenvolvido em meados dos anos 80 por empresas norte-americanas e européias de forma independente. Esse desenvolvimento foi documentado em artigos e estudos de casos, por exemplo, por Cooper, nos estudos de casos das empresas Schrader Bellows e John Deere; Kaplan, nos estudos de casos de Union Pacific e Kanthal; Cooper e Turney, nos estudos de casos de Tektronix e Hewlett-Packard (Cooper e Kaplan, 1991b); e Anderson (1995), que relatou a implantação do ABC na General Motors. A abordagem foi desenvolvida por essas empresas, entre outras, e posteriormente seus conceitos teóricos foram refinados e tornados públicos por meio de publicações de artigos, livros e trabalhos