Obama, dilma e o encantador desenvolvimento sustentável
O título da matéria fala em “educação, ciência, tecnologia e inovação em declaração conjunta”. Mas o pano de fundo que permeou efetivamente o diálogo entre Brasil e Estados Unidos e os acordos bilaterais firmados foram, como de praxe, as relações econômicas. Os protocolos, apresentados na reportagem, não tratam de uma intenção efetiva em cooperar para o desenvolvimento social de ambas as nações. Este está sempre condicionado às vantagens econômicas de parte a parte. Como fazer avançar o desenvolvimento sustentável sem que os protocolos bilaterais concentrem-se nas áreas sociais? Haverá sustentabilidade sem que crianças, adolescentes e jovens desfrutem de uma educação de qualidade e universal em todos os níveis? Haverá sustentabilidade sem um Sistema Único de Saúde eficaz, de qualidade, capaz de combater e prevenir doenças e epidemias? Alguma palavra sobre Belo Monte nas conversas entre Brasil e Estados Unidos? Onde estaria o velho interesse do governo estadunidense em “proteger” a Amazônia? Ou ele apenas surge quando se imagina uma brecha para explorar e esgotar os recursos naturais da floresta brasileira? O interesse estadunidense pelo etanol e o biodiesel parte de uma preocupação com os recursos naturais ou trata-se apenas de mais uma opção para o consumo desordenado promovido pela sociedade estadunidense? O governo Dilma conta com 63% de aprovação, segundo pesquisa do Ibope encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgada em 19/03/13. A mesma pesquisa indica que a aprovação pessoal da presidente alcança 79%. Contraditoriamente, no mesmo estudo o governo amarga reprovação nas áreas da saúde, segurança, impostos, taxas de juros e educação. A aprovação de Dilma tem como sustentação o desenvolvimento econômico. Quando o assunto são as áreas sociais, o governo brasileiro enfrenta dificuldades. Nos Estados Unidos, o presidente Obama foi acusado por opositores de “socialista” por impulsionar