Não, o amor não acabará
Trabalho de Comunicação Comparda
Professor Martin Cezar Feijó
Turma FPN
Por Mariana Fernandes Gomes
Desculpa (ou – como me desentendi com a proposta) Para começar este trabalho, depois de algum tempo olhando para a página em branco no computador, eu decidi ser sincera. Eu sei que devo analisar a questão proposta do ponto de vista político-cultural e, por isso, primeiramente, eu não deveria escrever em primeira pessoa, mas o caso é que, neste trabalho, não encontro uma saída para mim. Não vejo a possibilidade de separar-me do tema. Partindo da aceitação deste fato, peço desculpas de antemão e, esforçando-me um pouco para esquecer que serei avaliada, posso finalmente escrever. Comecei a analisar a questão, ou melhor – a me desentender com o trabalho, por partes.
Primeiro desentendimento – os sentidos do amor A sentença começa assim: “O amor – no sentido de eros, não de ágape(...)”. Na visão de Platão, de um filósofo materialista ateu, André Comte Sponville, e de nosso atual Papa, Bento XVI, o amor é um caminho, tendo sentidos diferentes para cada um dos autores, mas sempre com as várias formas de amor coexistindo, ainda que uma suceda à outra. Eros e ágape são palavras gregas, apesar de ágape só ter aparecido no Novo Testamento para dar nome ao amor professado por Jesus. Eros, para os gregos, era o amor embriagador, que passava por cima da razão e levava o homem a transcender sua existência, a experimentar algo do divino. O amor eros é o instinto, está ligado aos corpos belos, e só pode realizar-se no conjunto homem e mulher, ou também numa relação homossexual, uma junção que represente a totalidade humana. Bento XVI concorda que o eros faz parte da nossa natureza e, como natureza – expressão máxima de algo violento e irracional - precisa de uma disciplina, uma purificação, para só assim revelar a beatitude para que tende o nosso ser, é neste ponto que a igreja interfere no caminho do amor. Eros é o amor ascendente, em