NUSDEO Curso De Economia Introdu O Ao Direito Econ Mico
6626 palavras
27 páginas
CURSO DE ECONOMIA – Introdução ao Direito Econômico, Fábio Nusdeo.NUSDEO, Fábio.
Curso de economia: introdução ao direito econômico
. 5ª ed., São Paulo:
Revista dos Tribunais, 2008.
Prefácio à 1ª edição (por Tércio Sampaio Ferraz Junior):
Numa cena extraordinária do Fausto, Goethe nos representa um diálogo do imperador com
Mefistófeles. O imperador exaspera-se com o palavreado inútil de seu chanceler-arcebispo e da arenga cínica de Mefisto que o ridicularizava, desafiando o diabo: “Tudo isso não atende vossas necessidades; o que tu queres agora com tua prédiga de jejum? Eu estou cheio do eterno Como e Quando; falta dinheiro: pois bem, arrange-o então!” Mefisto não se dá por achado: “Eu arranjo o que vós quereis e arranjo ainda mais; isto é fácil, embora o fácil seja difícil”. E então ele, o grande ilusionista, sugere matreiro ao imperador, se falta dinheiro, que lance mão dos tesouros enterrados sob suas terras. O imperador, diante da ameaça de falência, parece descrer, entre atordoado e perturbado: “Que tesouros?...”. E ao fim de uma noite de festa e volúpia carnavalesca, entram o marechal e o tesoureiro, para anunciar-lhe uma agradável notícia: “o império, há pouco à beira da bancarrota, fora salvo”. E apresentaram-lhe uma folha de papel, a primeira jamais vista por olhos humanos, em que se lê: “Para o conhecimento de quem deseje: esta nota vale mil coroas. Como seguro penhor, garante-a um sem-número de bens enterrados nas terras do imperador. Já se tomaram as cautelas a fim de que o rico tesouro, logo que desenterrado, se ponha em seu lugar”. O imperador, porém, desconfia e exclama: “Eu pressinto um atentado, uma enorme ilusão
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quem falsificou aqui o nome do imperador?” Mas sua ira logo se aplaca quando lhe mostram não só a autenticidade de sua assinatura, como a alegria e o bem-estar em todo o país. Na mesma noite, artesãos habilidosos imprimem milhares de notas semelhantes, de dez, de cinqüenta, de mil coroas, para agitação e felicidade do povo.
Goethe