Novela de Cavalaria
Os romances ou novelas de cavalaria são de origem medieval, e constituem uma das manifestações literárias de ficção em prosa mais ricas da literatura peninsular. Na Península Ibérica, surge no século XIV o Amadis de Gaula, atribuído a Vasco de Lobeira, mas cuja autoria é ainda incerta, dado que a primeira versão publicada, mais tardia, é em castelhano. Este romance oferece-nos o paradigma do perfeito cavaleiro, destruidor de monstros e malvados, amador constante e tímido de uma donzela, Oriana, a Sem Par, que se deixa possuir antes do casamento, e está na origem do chamado ciclo dos Amadises, um dos de maior sucesso na literatura peninsular.
Outro romance bastante conhecido é o de Alcassino e Nicoleta, um dos espetáculos mais representativos da recorrente utilização de obras literárias como fonte da teatralidade dos anos 90, Alcassino e Nicoleta é a tradução, em linguagem coloquial, de um romance medieval.
A Literatura Medieval Portuguesa expressa a simplicidade, a ingenuidade e a passividade do homem medieval e contém marcas do contexto em que foi produzida. Completamente dominado pelo medo do pecado e com o objetivo de agradar sempre a Deus, o homem medieval ainda consegue fazer uma literatura que em determinados momentos rompe com esse domínio: é o caso das novelas de cavalaria, dos romances ou xácaras. De caráter místico e simbólico, relatam aventuras penetradas de espiritualidade cristã e subordinam-se a um ideal místico, que sublima o amor