Novas Tendências Mundias
As novas tendências mundiais e as mudanças curriculares no ensino médio do Cone Sul da década de 90
Cecília Braslavsky
Introdução
A década de 90 na América Latina é, particularmente criativa em termos de produção de reformas e inovações educativas. A reforma e as inovações vão, pouco a pouco, se instalando como uma necessidade, um discurso e uma prática em todos e cada um dos níveis e modalidades dos sistemas educativos, ainda que a ritmos e iniciativas diferentes.
Este movimento começa a envolver o ensino médio. Os segmentos dos sistemas educativos foram concebidos até fins do século XIX como não obrigatórios e como preparatórios para o ingresso a Universidade ou ao mundo do trabalho (Müller e outros, 1992).
Estes segmentos se localizam, há algumas décadas, na continuação de uma educação fundamental de mais 5 anos de duração e em processo de transformação e extensão. (Braslavsky, 1995).
Antes desta década se outorgava a cada ciclo da estrutura de estudos e cortes entre um e outros uma importância crucial. Atualmente, ao contrário, parece que as principais preocupações estão passando para outros temas. Elas estão deixando de ser a busca de identidade de cada um dos antigos níveis do sistema educativo, incluído o médio, e o momento em que se introduzem os cortes entre um e outro, para passar a ser a definição de uma oferta educativa de 12 anos de duração, organizada sem mudanças bruscas entre seus diferentes segmentos, dedicadas a garantir a educação básica de toda a população.
Conseqüentemente, pode ser proposto que cada vez mais tende-se a assumir a relevância em evitar que os alunos tenham que atravessar por cortes abruptos entre modelos institucionais criados para diferentes classes e setores sociais e com distintas finalidades e que a oferta de educação geral básica de 12
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anos para todos possa ser organizada em ciclos de diferente duração de acordo com as condições sócio-econômicas, as tradições e inclusive as