Novas lideranças do estado do ceará
A política contemporânea no estado do Ceará surge no final da década de 80, como um novo momento da história política, quando empresários contrapõem-se ao coronelismo. O coronelismo era representado principalmente por Virgílio Távora, Adauto Bezerra e Cesar Cals, os quais controlavam o voto de seus familiares, trabalhadores e agregados, e tinham em comum o uso da força física para garantir a subserviência do “curral eleitoral” expressado por meio do “voto de cabresto”. O grupo de empresários era comandado por Tasso Jereissati (1987 – 1990; 1995 – 1998; 1999 – 2002) e Ciro Gomes (1991 – 1994) que auto intitularam-se como “governo das mudanças”, com o objetivo de modernizar o Ceará e que coincide com o processo de redemocratização do País. Um grupo de jovens empresários buscava desenvolver o estado que para eles encontrava-se em situação de atraso e miséria. Tasso marcou seu nome na figura de um jovem empresário bem sucedido que decidia entrar na política por amor à causa pública. Como situa Irlys Barreira (2002), o discurso da campanha apresentado por Tasso estava pontuado por palavras tais como “modernidade” e “racionalização” que sinalizavam uma “nova era” caso fosse eleito. Seu discurso no cenário político daquela época era de acabar com a miséria e fazer com que a sociedade participasse da administração pública. Seu sucessor Ciro Gomes, representando o governo mudancista assumiu o governo preocupado em construir sua imagem e seu governo esteticamente, como observa Glória Diógenes “um investimento no sentido de dar realce e visibilidade ao protagonista da cena política” (DIOGENES, 2002, p. 112). Ciro sabia que ao promover sua imagem confirmava a efetivação de sua marca e seduzia a sociedade na política. Entretanto esse “governo de mudanças” como outros após o regime militar vai enfrentar alguns desafios como, por exemplo, a redemocratização das estruturas dos aparelhos de Estado e consequentemente de