noticicario
4955 palavras
20 páginas
Colégio Técnico Industrial de Santa Maria – Seleção 2013Língua Portuguesa
O texto a seguir serve de base para responder às 14 questões de Língua Portuguesa.
Baile de máscaras
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Uma vida inteira descobrindo as próprias máscaras e tentando retirar algumas (outras são indispensáveis). Certa vez escrevi que a cada manhã afivelo a máscara do dia, um rosto cômodo que me permite conviver melhor. O perigo é que alguma vez essa máscara se apegue de tal jeito à minha pele que eu não a consiga mais tirar, ou saber qual destes rostos é o meu: o que espreita o mundo ou o que olha para dentro e me vai construindo enquanto pessoa?
Não falo de cretinice, hipocrisia, mas talvez de autopreservação. Ninguém deveria botar a cara na janela sem consciência de que pode levar um tapa ou uma cusparada. Nós que nos expomos escrevendo, seja em jornais, revistas ou livros, sabemos disso muito bem – como atores e atrizes, ou modelos, ou outros, que se tornam “celebridades”. Mas no caso deles, os de palco ou holofote, é um pouco diferente: seu narciso é “para fora”. O de quem escreve em geral é “para dentro”: não somos de palco, e o olhar pessoal pode nos intimidar. A mim me deixa um pouco fóbica, porém em geral as pessoas são simpáticas e afetuosas, então devo aceitar com bom humor.
Mas quando mexem com meus textos não acho graça alguma. Muitos de nós escritores temos contos, poemas, artigos circulando na internet, e não são nossos. Um profissional do assunto logo vê: isso não é Veríssimo, Clarice, Saramago (espero que alguns digam:
“Isso não é Lya”). O que digo aqui é repetido, mas há anos gira na internet um artiguinho cretino que não escrevi nem escreveria, mas lá está com meu nome embaixo, e fala de problemas de idade. Eu estaria diante de um público de mulheres e, depois de dizer
“coisas inteligentes” durante um bom tempo sem reação, “revelei