Nossa consciência negra
O dia da Consciência Negra é feriado em 335 cidades, segundo levantamento da Secretaria Especial de Políticas de Promoção de Igualdade Racial. A data lembra o dia em que foi assassinado, no ano de 1695, o líder Francisco Zumbi, do Quilombo dos Palmares, herói e um dos principais símbolos da resistência negra à escravidão.
Hoje é moderno cultivar os valores da cultura negra, enquanto o fosso social entre brancos e negros mantém o apartheid brasileiro inalterado. O mito da democracia racial foi denunciada como mentira pela realidade socialmente perversa e pelos indicadores sociais. O IBGE calcula que precisaremos de pelo menos 20 anos de políticas voltadas para ações afirmativas para colocar brancos e negros em níveis mínimo de igualdade.
Portanto, a lembrança de datas como essas tem um viés político muito forte: a resistência venceu a escravidão. Dessa forma, o Dia da Consciência Negra traz consigo tantas e variadas atividades, como as marchas para aumentar a consciência do pertencimento étnico, os protestos mais raivosos e justos, e as homenagens aos homens e mulheres negros que, de alguma forma, ajudaram na construção da riqueza da Nação mais negra fora do Continente.
Hoje a população negra luta pelo cumprimento do plano de ação assumido na Conferência da ONU Contra o Racismo, Discriminação Racial, Xenofobia e Intolerância Correlata em 2001 e pelas propostas da Conferência Nacional de Promoção de Igualdade Racial. Além disso, o Movimento Negro quer justiça social aos próprios negros, aos povos de tradição indígena e aos demais grupos que durante a construção dessa Nação-Continente tiveram seus direitos humanos violados. É inegável o atraso com que o Estado brasileiro trata essas questões. Às vezes quando as assumem, o faz lentamente e de forma mais para negro ver do que para negro ter justiça e respeito de