Normalização
José António Almacinha
1 Origens históricas e evolução
A linguagem falada e, mais tarde, a escrita, que se desenvolveram para possibilitar a comunicação entre os homens, podem ser consideradas como formas primeiras de normalização. Existem registros, desde a antiguidade, de ações tendentes a definir, unificar e simplificar (ou seja, normalizar) produtos acabados e elementos utilizados na sua produção, podendo, a título de exemplo,assinalar-se algumas das mais importantes etapas do processo de normalização [1, 2]: - A adoção do “primeiro” padrão de comprimento [distância entre dois nós de uma vara de bambu que, quando soprada, permitia reproduzir uma determinada nota musical (som de freqüência específica)], na China, no século XXVII a.C.
- A construção de pirâmides com blocos de pedra de dimensões unificadas, no Egito, por volta de 2500 a.C.
- A fabricação de tijolos de formato único e ânforas de dimensões e formas unificadas, no Egito, sob o domínio do faraó Thutmosis I (1530 - 1520 a.C.).
No entanto, só com o progresso registrado com a Revolução Industrial do século XIX e com a industrialização para a produção em série de automóveis, nos USA, no início do século XX, surgiu a necessidade de estender a Normalização aos níveis industrial e nacional. Adicionalmente, as dificuldades sentidas, no campo da cooperação técnica e militar, pelos Países Aliados, no decurso da Segunda Guerra Mundial, puseram em evidência a necessidade de se caminhar decididamente para a Normalização no plano internacional. A título de exemplo, pode referir-se o fato de a não existência de normalização internacional no domínio dos perfis e passos das roscas ter custado cerca de 1000 milhões de dólares aos Aliados [3]. Neste enquadramento, entre as principais ações desenvolvidas em prol da Atividade Normativa merecem destaque:
- A criação da VDE (Associação dos Eletrotécnicos Alemães), primeiro