ninho de cobra
O tema, como não poderia deixar de ser, é bem pesado, pois a violência e a repressão da época não deixariam que fosse de outra maneira. A visão da vida (como uma jaula) e a percepção de Deus (como terrível) são extremamente interessantes, dando ao leitor o que pensar em termos metafísicos. Também metafisicamente, as três mortes induzem muitas reflexões, especialmente pela violência, apesar da maneira extremamente poética com que são relatadas. Bom livro para fazer alunos de história lerem quando o Estado Novo de Vargas estiver sendo abordado.
Uma raposa percorre à noite uma cidade aterrorizada, onde o Sindicato da Morte decide quem é culpado ou inocente. E como essa raposa, que termina abatida pela polícia, o amor é um intruso na madrugada.
Um homem, que sabe demais, também deve morrer. Mas qual vai ser a sua verdadeira morte? Torturado no xadrez de uma delegacia ou assassinado em seu quarto de observador solitário e rancoroso? Numa ditadura, todas as histórias são mal contadas. É o reino da mentira: ninguém sabe a verdade, nem mesmo o ditador cujo retrato está pendurado até nos prostíbulos.
Considerado uma obra-prima do romance moderno, Ninho de Cobras (Prêmio Nacional Walmap) foi saudado como a maior contribuição da literatura brasileira à ficção de terror e violência da América Latina.
Lançado há 35 anos, nenhum outro livro compôs um retrato tão chocante sobre os costumes de Maceió
Maceió no espelho
Foto: Reprodução / Arte: Sandro Oliveira
Por: | FERNANDO COELHO - Repórter
Qual a verdadeira história de Alagoas? Alguém já a escreveu? Seria isso possível? É provável que não. Por mais abrangente que seja, a arte literária não é absoluta a ponto de resumir com precisão e idoneidade os tantos capítulos que compõem a formação desse controverso estado brasileiro.
Por outro lado, a