Neuropsicologia
A Neuropsicologia e o papel do neuropsicólogo
Desde a antiguidade que se reconhece o interesse pela natureza da atividade mental e sua localização. Platão (420-347 a.C.) sustentava que a atividade racional estava situada no cérebro. Galeno (129-199 d.C.) situou a atividade mental no líquido cefalorraquidiano contido nos ventrículos cerebrais. Gall (1758-1828), através da frenologia, desenvolveu um mapeamento das funções cerebrais a partir das protuberâncias cranianas. Estas perspetivas carentes de cientificidade permitiram o despertar para estudo das áreas cerebrais especializadas em determinadas funções cognitivas (Portellano, 2005).
As Neurociências apresentam uma abordagem multidisciplinar do estudo do sistema nervoso com objetivo de unificar o conhecimento dos processos neurobiológicos e psicobiológicos. Desta forma, a Neuropsicologia está inserida no âmbito das
Neurociências orientadas para o estudo da relação entre o sistema nervoso e os processos cognitivos, assim como, determinados aspetos da conduta de uma pessoa saudável ou com dano cerebral (Portellano, 2005).
Lúria (1981), indiscutivelmente uma das pedras angulares da Neuropsicologia contemporânea, definiu a Neuropsicologia como uma área da Psicologia cujo objetivo principal prende-se com estudo sobre os sistemas e processos cerebrais individuais em formas complexas de atividade mental. No seu entender, cada função não era específica de uma determinada área, mas sim produto de um sistema funcional. Desta forma, uma zona do cérebro pode estar implicada no desenvolvimento de diferentes funções cerebrais. Outros autores como Mello (1996) e Gil (2002) defendem que a Neuropsicologia visa o estudo dos distúrbios cognitivos, emocionais e comportamentais, bem como, o estudo dos distúrbios de personalidade provocados por lesões do cérebro.
Assim, a Neuropsicologia enquadra-se como campo integrador de diversas áreas, constituindo um método