neoliberalismo

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Todas as explorações racionais que permitiram elaborar um plano de reflorestamento dirigido para o Brasil úmido perdem um pouco da sua coerência quando deslocamos o foco das nossas propostas para o Nordeste Seco. Por suas peculiaridades como domínio de natureza, tanto quanto pela rigidez de sua estrutura agrária e o quantum de humanidade adaptado a viver com o cotidiano do ambiente semi-árido, é difícil endereçar propostas de reflorestamento para os sertões nordestinos. Trata-se de um outro domínio climático, hidrológico e ecológico do Brasil, que exige conhecimentos aprofundados sobre a estrutura, o comportamento e a funcionalidade de seus ecossistemas. E, paralelamente, nos obriga a um aprofundado conhecimento do comportamento dos homens e de uma sociedade, que se projeta pelo espaço total dos sertões rústicos.
Na realidade, estende-se pelos imensos espaços das caatingas uma sociedade sertaneja, em que predomina uma grande fertilidade humana, submetida a uma estrutura agrária rígida e fragilizada pela severidade climática e hidrológica e a incidência socialmente catastrófica de anos de grande secura. Os grupos humanos dos sertões secos aprenderam a conviver com o ambiente semi-árido, seus rios periódicos, seus solos de difícil manejo e sua estrutura agrária certamente muito arcaica e inflexível. Mas os homens dos sertões não podem resistir normalmente perante os anos de grande secura em que falta água para o gado e as plantações, ocorrendo desemprego rural, insegurança familiar e dramáticas migrações internas direcionadas para os grandes centros urbanos.
Mais do que em qualquer outra área do país, um plano de reflorestamento, de objetivos múltiplos, pressupõe um conhecimento da natureza regional e das condicionantes econômico-sociais da sociedade sertaneja. A empreitada envolvida por qualquer plano de reflorestamento tem que ser entendida como um processo de implantações progressivas e diferenciais, sem retorno econômico imediato, ainda que com grandes

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