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Aqui caberia ressaltar os paralelos entre o filme e as teses de Albert Camus (1913-1960), expostas no seu tratado O Homem Revoltado. Sem debruçar-se tão somente sobre a caracterização dos nazistas enquanto paladinos do conservadorismo, o pensador franco-argelino encontra no sentimento fulcral de revolta a semente causadora da ascensão de Hitler e das tragédias da Segunda Guerra Mundial. Teria sido o descontentamento perante a perda de um mundo tradicional, dirigida contra quase todas as classes sociais e movimentos políticos, o responsável por fundamentar a plataforma nacional-socialista, levando àquilo que Camus definiu como uma vontade de Apocalipse. No cerne desta ideologia haveria a percepção do jogo político como uma questão de vida ou morte, capaz de explicar o porquê dos suicídios testemunhados no bunker de Berlim em abril de 1945. Um mundo sem a vitória do nacional-socialismo seria indigno de existir e, portanto, terrível de se viver. Tal sentimento levou Magda Goebbels, a esposa do ministro de propaganda Joseph Goebbels, a envenenar os seis filhos pequenos do casal e matar-se logo em seguida.
Percebendo que aquilo não é uma coisa normal, Karo se coloca contra a Onda, e é aí que todos os sentimentos se misturam, principalmente para o público. Todos sabem que este "ismo" é prejudicial, todos sabem que Karo está certa, mas sua personalidade, entendida como superior, unida a ingenuidade dos outros alunos, nos faz escolher