Nelson rodrigues tecendo histórias restaurando memórias
XXXV Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Fortaleza, CE – 3 a 7/9/2012
Nelson Rodrigues: Tecendo Histórias Restaurando Memórias.1 Josefina Tranquilin2 Escola de Administração, Marketing e Comunicação (ESAMC/Sorocaba) e Universidade de Sorocaba (UNISO)3 OBITEL e PUC/SP4
Resumo: Nelson Rodrigues, que faria 100 anos em 2012, foi um dos maiores folhetinistas brasileiros. Suzana Flag – a mulher que assinou sete de seus oito romances-folhetins – povoou imaginários de uma época. As tramas em meio às quais as ações e personagens dos romances-folhetins se movem estão inseridas em um cotidiano que dialoga com o modo de vida experienciado na cidade do Rio de Janeiro. Assim, ao dar o sentido factual e imaginário às narrativas, Nelson Rodrigues torna-se um restaurador da memória coletiva. Palavras chaves: Nelson Rodrigues, Cotidiano, Memória, Narrador, Romances-folhetins. Tecendo Histórias Restaurando Memórias. Nelson Rodrigues passa a morar na cidade do Rio de Janeiro em 1916, aos 4 anos de idade. Com apenas 13 anos, começa a trabalhar como repórter policial e, justamente nessa época, a cidade sofre as consequências da modernização: Na perspectiva de criar uma nova cidade a ordem é varrer todas as sujeiras, as epidemias, a pobreza que há no centro para a periferia. Os grandes casarões coloniais são demolidos e a população de ex-escravos e desempregados que ali vivia é colocada para fora dando lugar à Avenida Central. Inaugurada em 1904, simultaneamente à promulgação da vacina obrigatória, a Avenida Central, com suas praças e jardins decorados com materiais importados da Europa, era o primeiro sinal de vitória da reestruturação do Rio de Janeiro e do Progresso. Com a demolição das moradias advém uma grande crise habitacional, pois a alta taxa dos aluguéis novos leva as camadas populares, que crescem assustadoramente, a se refugiarem nos subúrbios e morros que circundam a cidade,