Nell
Nell foi criada por uma mãe eremita e isolada do mundo onde desenvolveu uma linguagem própria. Com a morte da mãe a personagem passa a ter contato com o mundo exterior reagindo de forma agressiva ao entrar em contato com outras pessoas e com as situações novas.
Em contato com um médico e com uma psicóloga, que passam a conviver com Nell em seu próprio ambiente (uma floresta), passam a comunicar-se muitas vezes através da emoção.
A personagem tem medo de sair à luz do dia e o Doutor utiliza como reforço positivo o alimento. Ao parar de dar o alimento, ele faz com que Nell saia atrás do mesmo, vencendo o medo da luz do dia e então começa a gostar do sol, sentindo o vento ela relembra da infância junto com sua irmã gêmea.
Muitos são os momentos em que a personagem reage com medo: ao ouvir música, ao sentir o flash da máquina fotográfica, ao ouvir o barulho do helicóptero, todas as situações ainda não vivenciadas por ela.
De acordo com Skinner (1954), o ser humano desenvolve meios de controlar o mundo ao seu redor, controlando dessa forma a si mesmo.
Nesse contexto aparece o drama pessoal da Doutora, que ao vivenciou o abandono de sua mãe pelo marido. Essa situação a traumatiza e adulta passa a ser uma mulher fechada para os relacionamentos amorosos. Nell compreende seus sentimentos e a conforta.
A divulgação da existência de Nell nos jornais faz com que seus amigos a retirem da floresta onde vivia e a levem para a cidade. No hospital, um ambiente desconhecido e ameaçador, Nell deixa de comunicar-se, regride. O doutor sentindo-se culpado e impotente deixa de estimulá-la.
No tribunal a personagem volta a comunicar-se e convence a todos que pode ser independente e que é feliz no ambiente que vive.
O filme aborda a questão das diferenças culturais, pois a personagem criou um dialeto e rituais próprios, como a forma que velou e sepultou a mãe e a irmã.