Neil Gaiman e seu contos de fadas à moda antiga
Antes de tudo seria bom fazer uma pequena explicação; o que significa o gênero terror? Antigamente o conceito de uma obra de cunho terrífico era bastante diferente do de hoje. Um filme, livro, ou qualquer outra coisa com tal gênero (que tivesse boa qualidade) significaria dizer que o filme trouxera ensinamentos por meio do medo, horror e suspense. Porém, hoje, a junção de “dar medo + ter alguma filosofia” cabe a cada um para considerar um filme bom ou não; não significa dizer que um livro ou filme não é de terror por não trazer filosofia alguma – mesmo com o medo, horror e suspense presente. Mas qual você preferiria assistir: um que tenha os dois ou só um? O ponto de toda a questão é que acredita-se que os contos de fadas são terror por trazer através do medo (de ver um exemplo errado e o que acontece a tal pessoa que desobedece), uma lição. Portanto os contos de fadas são uma das primeiras histórias em que o gênero aparece, mesmo que de forma sutil, em relação às versões atuais conhecidas pela maioria, ou de forma mais descarada, em relação às primeiras versões – aos contos originais.
E o livro em questão restitui de forma simples e sutil o teor de contos de fadas-terror de antigamente, não porque fala de dragões, princesas ou cavaleiros, mas porque seu aproveitamento é o mesmo.
Como é um livro muito pequeno, não vou amenizar nos spoilers. Ninguém acredita em Lucy a princípio, ao dizer que ouvia ruídos dentro das paredes de casa. Todo mundo insistia em lhe responder: “Você sabe o que dizem… Se os lobos saírem de dentro da parede está tudo acabado.” E isso a incomodava bastante, confiando