Negros e indios terapeutas

1532 palavras 7 páginas
NEGROS E ÍNDIOS TERAPEUTAS in “Ciência Espírita” de J. Herculano Pires

As manifestações espíritas de negros e índios são comuns, não raro intervindo nos processos de cura. Isso causa espécie a pessoas ainda impregnadas de antigos preconceitos. “Como podem esses espíritos primários ainda apegados à era do barro – dizia-nos famoso jornalista – manifestarem-se como orientadores e terapeutas num meio de civilização superior?” Acontece que a população espiritual da Terra é semelhante à sua população encarnada. Não existem discriminações injustas no tocante às possibilidades de intercâmbio espiritual. O que vale no espírito não é a sua qualificação social, mas a sua condição moral. O processo da reencarnação elimina os motivos dos preconceitos terrenos. Um negro velho que se manifesta como tal, poderia também manifestar-se apenas como espírito, ou até mesmo como espírito de uma encarnação de amarelo ou de branco por que já passara. Na Inglaterra supercivilizada do século passada o famoso escritor, médico e historiador Arthur Conan Doyle gostava de conversar mediunicamente com espíritos de negros e índios. A entidade hoje considerada, pelos espíritas ingleses, como orientadora do movimento espírita britânico é precisamente Sylvers Bicherm, um índio. Sua prudência e sabedoria tornaram-se proverbiais. No Brasil as manifestações de negros e índios são altamente consideradas no meio culto. Um episódio curioso deve ser lembrado como altamente significativo. O cirurgião-dentista católico, Dr. Urbano de Assis Xavier, começou a sofrer inesperadamente de ocorrências mediúnicas, que atribuiu a manifestações epileptóides. Um espírito de negro velho, que dava o nome de Pai Jacó, aconselhou-o a procurar em Matão (SP), o farmacêutico Cairbar Schutel, de origem alemã, diretor de um jornal e uma revista espírita. Schutel resolveu submetê-lo a uma experiência mediúnica, mas, disse, não me agrada a presença desse preto velho. Realizada a experiência, Schutel disse a Urbano:

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