Ndio Argentino X Ndio Brasileiro
A figura do índio sempre ilustrou o imaginário de europeus e viajantes que chegavam a América. Apesar de vistos de forma diferentes a figura do indígena brasileiro e do argentino é rodeada de mitos e até inverdades.
Na Argentina os índios eram caracterizados como inimigos do Estado e consequentemente da nacionalidade Argentina.
“El mundo indígena de la región era étnicamente muy heterogéneo, con mapuches; grupos en distintos grados de araucanización, como los ranqueles; tehuelches aonik’enk y gunun a küna; pampas descendientes de querandíes; chiquillanes y otros grupos surcuyanos. Había pueblos de raigambre cazadora-recolectora y otros de tradición agrícola, y se hablaban allí distintos idiomas, a partir de los siglos XVII y XVIII, con el mapuche como lengua franca.” (PALERMO: 2000, p. 378)
Eram considerados bárbaros que precisavam ser combatidos em nome da unidade territorial da Argentina. Nas palavras de Sarmiento escritor e político da época “havia um confronto entre a civilização e a barbárie”, sendo que a civilização era representada pela população argentina não índia.
O índio brasileiro por sua vez, foi visto através de duas facetas distintas, uma vez que exibiam costumes, hábitos e modos de vida diferentes dos portugueses. Eram, ao olhar do colonizador, povos primitivos, distantes de uma vida social completa, essa diferença provocou um sentimento de rejeição. Por outro lado, a "inocência" e a "falta de maldade" despertou nos europeus a ideia de Paraíso e pureza original. O que caracterizaria a visão do bom selvagem, visão de uma terra (do Brasil) associada ao Éden (paraíso). Esse é o índio romantizado por José de Alencar e outros escritores. Os viajantes e cronistas da época deixaram diversos relatos sobre o que encontraram ao chegar no Brasil, como podemos ver nas palavras do viajante e pintor Jean-Baptiste Debret:
"É no índio selvagem que encontramos o princípio e o germe de tudo aquilo que o espírito humano