José Marques de Melo - Jornalismo Brasileiro: Determinações Históricas
José Marques de Melo inicia o texto falando sobre a “Imprensa Tardia” no Brasil. As razões para isso são muito debatidas, porém predonima-se o pensamento que a colonização portuguesa impediu o surgimento da imprensa a fim de dificultar a emancipação política do país.
Entretanto, ele cita um estudo de 1973, que defende um outro pensamento e diz que o retardo da imprensa brasileira deve-se a fatores socioculturais muito além da política, caracterizada pela analfabetização da população, oriunda de índios colonizados, ausência de espaços urbanos, burocracia precária e ignorância do comércio e industria local. Além da agravação desses fatores através da censura, e ainda hoje é possível ver resquícios desses fatores na imprensa brasileira.
Melo coloca em lista as tentativas frustradas de instalação da imprensa nacional, desde 1642 em Recife até 1807 em Minas. A primeira tentativa falhou pelo breve domínio holandês em Pernambuco e pela falta da tipografia, que deveria ter sido enviada de Amsterdã. A segunda, chegou a prosperar, mas não durou mais que 20 anos, pois tinha como objetivo a catequização pelos jesuítas. A terceira e quarta, eram relacionadas a elite local, e foram fechadas por razões econômicas para proteger a industria gráfica do Reino. A quinta, destinou-se a produção de cartas de jogar e perdeu sua função original. E a sexta e última, ocorreu próxima a independência porém foi descontinuada por falta de recursos.
A imprensa então nasce no Brasil em 1808, quando a corte vem para o país e instala uma série de modificações. Mas mesmo assim limita-se a atender as necessidades reais, em que apenas duas tipografias funcionam, a Imprensa Régia no Rio e a oficina do Conde dos Arcos na Bahia.
A partir de 1820 há uma abolição da censura o que viabiliza a ação da elite juntamente com os capitalistas ingleses, aparecendo novas tipografias em Pernambuco, Maranhão, Pará e Minas. Mas a expansão é