navegação astronomica
"E pur si muove" Galileu Galilei
Ângulos, ângulos, ângulos...
Ângulos, como veremos neste capítulo, são a matéria prima do astrônomo. As posições dos astros e dos objetos sobre a Terra são dadas por ângulos. O sextante é um instrumento que mede ângulos. Até as distâncias na superfície da Terra podem ser expressas na forma de ângulos. Por esta razão, cabe uma pequena discussão sobre o assunto.
Os ângulos são medidos em graus, minutos e segundos. A circunferência completa tem 360°. Um grau corresponde a 60 minutos. Os segundos de grau não são usados na navegação, uma vez que o sextante não tem precisão suficiente para medi-los. A menor unidade de ângulo para o navegador astronômico é o décimo de minuto.
A milha náutica (=1852 m) é uma medida que foi definida convenientemente de modo a simplificar as conversões entre ângulos e distâncias. Uma milha náutica corresponde a um arco de um minuto de grau sobre a superfície terrestre. A qualquer momento podemos converter ângulos de graus para milhas e vice-versa. Ângulos e distâncias são, portanto, equivalentes. Uma exceção são os minutos de longitude, que valem uma milha somente nas proximidades do Equador terrestre.
Uma outra equivalência importante da navegação é entre horas e graus de longitude. Como a Terra faz uma volta de 360° a cada 24 horas, cada hora corresponde a 15° de longitude.
A Terra e a Esfera Celeste
Vamos imaginar por um momento que a Terra esteja no centro do universo. Embora hoje saibamos que este modelo é pouco realista, ele foi adotado por muito séculos e pode nos ajudar a compreender a navegação astronômica. Imaginemos que em torno da Terra está uma outra esfera maior, centrada no mesmo ponto, onde os astros estão fixados, como se estivessem pintados na sua parede. Esta outra bola é chamada de Esfera Celeste.
fig. 1 - A Terra e a Esfera Celeste
Para especificar nossa posição na Terra, usamos um sistema de coordenadas que consiste de