Naturalismo e Modernismo em Portugal

ROTEIRO: “À DESCOBERTA DA ARTE EM PORTUGAL NO SÉC. XX, ENTRE O NATURALISMO E AS VANGUARDAS”

“Antes”
António Silva Porto (1850-1893)
Paisagem tirada da Charneca de Belas ao pôr-do-sol
Óleo sobre Tela, 85 cm de altura e 150 cm de largura.

No decorrer do século XIX, foram predominantes em Portugal dois estilos artísticos: o Romantismo, que se desenvolve mais claramente na primeira metade do século, e o Naturalismo que se afirma de forma mais consistente e segura a partir, aproximadamente, dos anos 70. O Romantismo que vigorava em Portugal cede lugar ao Naturalismo através de influências do estrangeiro, nomeadamente Paris e Itália. Esta nova corrente artística surge a par do gosto da época e é aceite com grande facilidade pelo público comprador. A representação paisagista foi inserida na hierarquia académica com grande sucesso. Enquadrava-se perfeitamente numa sociedade que fugia à realidade industrial, que se desenvolvera rapidamente no estrangeiro. A adesão ao Naturalismo revela a presença ideologia decadentista de “regresso à terra” (Raquel Henriques da Silva, em H.A.P, pág. 337) que tenta iludir o grande atraso na industria do país. Este movimento artístico vai estender-se até à primeira década do século XX sem contestação. Selecionei esta obra porque a considero um perfeito exemplo da corrente Naturalista em Portugal. O Naturalismo, como podemos observar na obra caracteriza-se pela valorização da Natureza, que é considerada a mais pura forma do belo. A representação de momentos históricos ou mitológicos pertence ao passado neoclássico e romântico e é agora valorizada a representação de paisagens quase intocadas pelo homem. Silva Porto, sendo um pintor naturalista, continua a aplicar as regras da perspectiva e a tridimensionalidade, apresenta um mimetismo na representação, um traço que define as figuras e uma cópia da realidade, que coloca o objecto representado em contacto directo com o autor. Os pintores passam a sair para o ar livre com