Nascimento e expansão do islã
1. A formação do islamismo No século VII, enquanto os povos de diversos reinos disputavam territórios na Europa ocidental, nascia no Oriente um movimento ao mesmo tempo religioso e politico que logo mostraria uma força avassaladora: o islamismo. Os protagonistas dessa história são os árabes. Os árabes eram povos semitas que viviam na península Arábica (eram os beduínos do deserto). Apesar de desértica, a economia da região apresentava notável dinamismo. Nos oásis, que podiam chegar a dezenas de quilômetros quadrados, havia produção de trigo, figos, e tâmaras, criação de carneiros, cabras, e camelos. No litoral da península, as condições eram ainda melhores. Os povos da região se beneficiaram muito da atividade comercial no mar Vermelho no golfo Pérsico e no oceano Índico. A localização geográfica da península foi fator decisivo para fazer desabrochar a vocação comercial dos árabes. Os árabes, do norte e do sul, do deserto e do litoral, dividiam-se em tribos. O chefe do grupo era escolhido entre os homens mais velhos e era chamado de sheik. A religião era o principal elemento de distinção entre esses grupos. Os beduínos adoravam ídolos e acreditavam que os elementos da natureza eram habitados por espíritos. Eram, portanto, idólatras e animistas. No entanto, talvez por influencia do cristianismo e do judaísmo, os árabes admitiam a existência de uma divindade superior chamada Alá.
A revelação de Alá O mundo árabe se transformou radicalmente no século VII pelo surgimento do islamismo a partir da pregação de Maomé. Nascido em Meca, Maomé foi durante a primeira parte da sua vida um mercador que realizou extensas viagens no contexto do seu trabalho. Tinha por hábito retirar-se para orar e meditar nos montes perto de Meca. Os muçulmanos acreditam que em 610, quando Maomé tinha quarenta anos, enquanto realizava um desses retiros espirituais numa das cavernas do Monte Hira, foi visitado pelo anjo