narrador em Bras Cubas

805 palavras 4 páginas
– O morto irônico O personagem principal no livro “Memórias Póstumas de Brás Cubas” é o que dá nome ao título, tratando-se de seu relato pessoal sobre sua vida até o momento de sua morte. Filho abastado da família Cubas, é o narrador do livro; conta suas memórias, escritas após a morte, e nessa condição é o responsável pela caracterização de todos os demais personagens. Por conta de ser uma autobiografia, além de personagem principal, Brás Cubas também é o narrador da obra. Por meio de seu trabalho, recria e reconta os fatos vividos durante sua vida, através de ironias e passagens sarcásticas, que exemplificam os lados ruins e os maus-costumes dos humanos e da sociedade, como no trecho a seguir. Não obstante, o fato de o narrador ser o único a opinar, a diferenciar, a singularizar, a salientar e a evidenciar, nos faz crer que a sua vida pode não ter sido exatamente como é descrita, pois é contada somente por uma pessoa. É qualificado como esférico, já que diversas vezes muda sua opinião ao decorrer da obra. Age de forma fútil e usa de argumentos incoerentes e banais para provar seu ponto de vista e tentar justificar seus atos. É retratado como narcisista:
Multidão, cujo amor cobicei até a morte, era assim que eu me vingava às vezes de ti; deixava burburinhar em volta do meu corpo a gente humana, sem a ouvir, como o Prometeu de Esquilo fazia aos seus verdugos.
ASSIS, Machado de. Capítulo IC. Memórias Póstumas de Brás Cubas. São Paulo: C.T. Editora Ltda. 2001. Pg.70 (edição 08) Percebe-se que Brás Cubas estando num teatro, acaba revelando seu narcisismo em conquistar atenção e afeição. Ressalta que quando deixava os outros a burburinharem sozinhos, não era por ódio ou arrogância, mas sim por vingança por não ter demasiado reconhecimento afetivo. Mostra seu rancor e sua vontade de ser amado, glorificado pelos outros. Algo muito comum para a burguesia da época. Assim como Jordan, no filme "O lobo de Wall Street" busca reconhecimento, afeição e até certa

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