nada

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A morte da psicanálise - não apenas para explicações antropológicas, mas também talvez no contexto mais amplo da prática médica ocidental - é uma questão que merece mais comentários. Pelo momento, gostaria de apontar simplesmente que, embora a "doença mental" seja reconhecida como uma preocupação significativa, tanto em países "desenvolvidos" quanto naqueles que enganosamente são descritos como países "em desenvolvimento", ela recebe pouca prioridade no apoio financeiro público ou outros apoios. E eu argumentaria que isso tem menos a ver com a validade ou mérito científico da psicanálise do que com a racionalidade econômica que movimenta a prática médica ocidental. Mas primeiro, no entanto, gostaria de voltar aos Ayoreo.
Os cantos de cura ayoreo

Os Ayoreo são um povo indígena do Gran Chaco e vivem de ambos os lados da fronteira que separa o Paraguai e a Bolívia. Falam uma língua pertencente à família lingüística zamuco - na verdade, o Ayoreo é muito semelhante à língua zamuco descrita pelo lingüista jesuíta do século XVIII, padre Ignacio Chomé (Lussagnet, 1961-1962). Os únicos povos contemporâneos que falam as línguas pertencentes a essa família lingüística são os Ebitoso e Tomaraha, conhecidos geralmente na literatura etnográfica como Chamacoco.3

No total, os Ayoreo são em número de 4.000 a 5.000 pessoas, com mais de 2.000 residentes no Paraguai - o Censo Indígena Paraguaio de 2002 conta 2.016 Ayoreo no país (DGEEC, 2002, p. 234). Até a década de 1950, os Ayoreo evitavam contato com as sociedades nacionais ou outros povos indígenas, e as relações entre diferentes grupos territoriais ayoreo eram freqüentemente hostis, especialmente entre os Ayoreo do norte e os do sul - os Guidaigosode e os Direquedejnaigosode, para usar termos correntes entre os Ayoreo paraguaios. Mesmo hoje, os Ayoreo são extraordinariamente diferenciados como povo: eles mantêm sua língua e muito de sua cultura. Muitos falam pouco ou nenhum espanhol ou guarani; e, diferente de vários

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