Música na educação de jovens e adultos: mais que um recurso pedagógico
“Sonhamos com uma escola que, sendo séria, jamais vive sisuda. A seriedade não precisa de ser pesada. Quanto mais leve é a seriedade, mais eficaz e convincente é ela. Sonhamos com uma escola que, porque séria, se dedique ao ensino de forma competente, mas, dedicada, séria e competentemente ao ensino, seja uma escola geradora de alegria.O que há de sério, até de penoso, de trabalhoso, nos processos de ensinar e aprender, de conhecer, não transforma este quefazer em algo triste. Pelo contrário, a alegria de ensinar e aprender deve acompanhar professores e alunos em suas buscas constantes. Precisamos é remover os obstáculos que dificultam que a alegria tome conta de nós e não aceitar que ensinar e aprender são práticas necessariamente enfadonhas e tristes. É por isso que ... eu falava de que o reparo das escolas, urgentemente feito, já será um pouco mudar a cara da escola do ponto de vista também de sua alma” (Paulo Freire). A escola sonhada por Paulo Freire possui algumas características que merecem destaque: leveza, alegria, seriedade e competência, sendo que a seriedade e a competência não excluem a leveza e a alegria; portanto a escola, para ele, não precisa ser triste nem pesada. Ao estudar História da Educação é possível perceber que as práticas pedagógicas no decorrer do tempo, e ainda hoje em sua maioria, opõem-se ao que sonhava Paulo Freire. Os jovens e adultos, enquanto alunos e enquanto pessoas, já possuem uma história de exclusão social, cultural e auto-exclusão. Assim, a responsabilidade de vencer a barreira social através do aprendizado da leitura e da escrita da língua materna, além de outros aspectos da cultura e do conhecimento produzido socialmente, torna-se muito maior