Música do século xix
Introdução
As raízes da música do romantismo são antigas – forças irreversíveis de mudança iniciaram-se em meados do século XVIII, algumas de forma lenta e imperceptível, outras de modo convulsivo, o que acabou por transformar radicalmente a sociedade, o governo, economia, e a mente e sensibilidade de todo um continente.
Contexto histórico
Transferência de poder gradual de uma nobreza dona de terra para uma burguesia de comerciantes;
Inglaterra liderou o movimento, seguida pela França e Holanda; Em 1702, Inglaterra possuía 3300 navios para 9400 na época da revolução americana, por volta de 1800 e o valor de suas exportações quase quadruplicaram. Na França, por volta de 1789 (revolução) as fábricas téxteis, Van Robais (Abbeville) empregaram 12000 trabalhadores - algo extremamente contrastante com a tradição das pequenas oficinas gerenciadas por famílias.
Amsterdam continuava a ser um centro bancário: em 1777, estimava-se que os holandeses recebiam 40% da dívida nacional da Inglaterra. Outros países também desenvolviam-se, fortunas eram ganhas e perdidas rapidamente em iniciativas como comércio de rum, fabricação de tecidos, imprensa, etc.
A relação de classe social mudou radicalmente com a nova fluência da riqueza: antes ligada à posse de terra, agora fluindo entre antigas barreiras sociais. Poder e prestígio passou a ser ligado à riqueza; agora um grupo crescente de empresários e banqueiros e mesmo a classe de comerciantes desafiavam o privilégio e prestígio da velha aristocracia européia. Por um período, esta aristocracia absorvia essa mudança na ordem social, aceitando filhas da burguesia em casamento que manteriam o patrimônio de sua família nobre.
Em Samuel Richardson, Pamela, or Virtue Rewarded, uma das novelas mais lidas na época, a heroína de classe-média casa-se com um conde. Outras formas de absorção, foi a distribuição de patentes de nobreza, como em Viena, sob a monarquia “iluminada” de Joseph II.