Mídia, campanha e eleições no Brasil
O estudo da influência da mídia nas eleições, até 1950, tinha o foco no emissor (teoria da agulha hipodérmica ), porquanto se presumia uma homogeidade do receptor que aceita todas as mensagens. Em 1944, com a publicação do People Choice (1944), o foco agora era no receptor e no emissor. Neste modelo, as ideias das mídias de massa, que podiam ativar, mobilizar, converter e reforçar, eram passadas a um líder de opinião e este influenciava as massas.
Depois dos anos 70, com os estudos de dois pesquisadores (Noelle-Neumann e George Gerbner) que, embora tivessem opiniões ideológicas diferentes, concordaram que a mídia tinha um papel forte com efeitos de longo termo nas audiências, assim surgiu os estudos de agenda setting. Já nos anos 80 e 90, começaram os estudos do framing (na influência das massas no que diz respeito à propaganda política) e do priming, porquanto se percebeu que não era só a quantidade de informação e quais informações que o eleitor recebia que influenciava seu jeito de votar, mas sim o modo como ele recebia e processava a informação. Ou seja, os efeitos da propaganda dependiam de como a informação chegava e de que modo o interlocutor interpretaria a informação.
Agenda setting foca na seleção de histórias como determinante da percepção do público sobre um assunto e, através do priming, como o público avaliará os líderes políticos. Já o framing foca não nos tópicos selecionadas pela cobertura da mídia, e sim, de que maneira particular a mídia está formatando essa notícia.
a) Agenda setting refere-se à ideia de que existe uma forte correlação entre a ênfase colocada pelas mídias de massas em certos assunto/notícias (posicionamento e quantidade de tempo no enfoque da informação) e a importância atribuída a esses assuntos pelos receptores.
b) Priming, por sua vez, refere-se a mudanças nos padrões que as pessoas utilizam para fazer suas avaliações políticas. É considerado uma extensão da Agenda Setting porquanto ambos efeitos são