Musicalizando o conhecimento histórico: a música como proposta de ensino
O século XX de forma alguma pode ser tratado como um bloco único, diante da divisão dada por Hobsbawn:
“[...] seja do ponto de vista cronológico, seja do geográfico. Cronologicamente ele se divide em três períodos: a era da guerra mundial, centrada na Alemanha (1914-45), a era da confrontação entre as duas superpotências (1945-89) e a era posterior ao fim do sistema clássico de poder internacional. (...) Geograficamente, o impacto das operações militares é altamente desigual (...), pois não houve guerras significativas entre os países no hemisfério ocidental. [...]” (HOBSBAWN, 2007, pág. 22).
Neste estudo apontaremos diretamente para a ‘era da confrontação entre as duas superpotências’, suas causas, seus motivos, a repercussão mundial, a influência no mundo e como tudo isso mudou o modo de viver e de pensar de uma juventude que se formava nesse período.
‘Os 45 anos que separam o lançamento das bombas atômicas e vão até o fim da União Soviética não formam um período homogêneo na história do mundo.’ O processo que ocorreu nesse meio tempo, chamado de Guerra Fria, divide-se em duas metades, tendo como principal divisor o início da década de 1970. O que poderá ser percebido pela história, é que existiu um padrão único causado pela situação internacional peculiar, que perdurou até a queda da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, a famosa URSS. Antes disso, o confronto das duas superpotências que emergiram da Segunda Guerra Mundial, era algo real, plausível, presente na vida e na mente das pessoas da época.
“A Segunda Guerra Mundial mal terminara quando a humanidade mergulhou no que se pode encarar, razoavelmente, como uma Terceira Guerra Mundial, embora uma guerra muito peculiar. Pois, como observou o grande filósofo Thomas Hobbes, ‘a guerra consiste não só na batalha, ou no ato de lutar, mas num período de tempo em que a vontade de disputar pela batalha é suficientemente conhecida’” (HOBBES, capítulo 13) (HOBSBAWN, 1994, pág. 224).