Museu Municipal de Carangola: em busca de uma identidade
EduardoFrancisco Pimentel1
Luciane Monteiro Oliveira2
Para ser universal, aprenda primeiro a pintar sua aldeia.
(Tolstoi)
Introdução
A memória é um motor fundamental da criatividade: esta afirmação se aplica tanto aos indivíduos quanto aos povos que encontram em seu patrimônio natural e cultural, material e imaterial os pontos de referência de sua identidade e as fontes de inspiração 3.
Tudo e todos – lugares e pessoas – têm uma história a ser contada. Mas isso não explica, por si só, a importância do passado para nossa vida. A questão que resume nossa relação com o passado é o problema da busca de identidade. O pitoresco e fantástico bicho-homem tem outra imperiosa necessidade: além de sobreviver e reproduzir-se, a de se identificar e tentar compreender a sua própria natureza, dos outros homens e do ambiente que o cerca. Por força dessas demandas de sua existência, desenvolveu a cultura e, dentro dela, os processos educativos de ensino e aprendizagem para aquisição, uso e transmissão de conceitos e habilidades, os mais diversos. “Por meio da educação, o Homem reinventa e perpetua a cultura; por meio da cultura, o homem se reinventa e perpetua no Universo.” 4
Manter os vínculos com o passado tem se tornado cada vez mais importante em tempos de grandes mudanças e incertezas5:
Hoje quando as pessoas vivem sob constante pressão seja social ou até mesmo individual, gerada pela constante necessidade de obtenção do sucesso, o homem tende a ver o passado como sendo o tempo “melhor”, onde a vida não era tão corrida e as pressões eram menores. Assim a preservação da memória ganha status de direito de cidadania, incluindo representações culturais de determinado grupo social ou étnico.6
Na atualidade os museus não são apenas lugares onde são guardados as obras de arte ou os objetos culturais das mais diversas civilizações ou grupos humanos, mas se traduz em um espaço de encontro e exercício