Museologia
Neste processo de tematização da cultura material foram registados três acontecimentos importantes.
O primeiro ocorre entre o século XIX e o século XX, tendo como protagonistas: Adolfo Coelho e Rocha Peixoto. No caso de Adolfo Coelho, anunciou a necessidade do alargamento temático da antropologia portuguesa e, similarmente, foi apologista da importância dos estudos sobre a cultura material do povo. No entanto, é com Rocha Peixoto que verificamos essa reorientação para o domínio da cultura material, na medida em que a sua obra etnográfica encontra-se estruturada em torno da olaria, da iluminação popular, do traje popular, entre outros.
O segundo ocorre nos anos da I República, tendo como protagonistas Vergílio Correia, Luís Chaves e Leite de Vasconcelos que vão focar-se na arte popular, sendo considerados cultores daquilo a que na época se chamava “etnografia artística”. Vergílio Correia abrange tópicos como os trabalhos de tear, a arte pastoril, formas de ou a ornamentação popular. Outros autores trouxeram objetos como os tapetes de Arraiolos ou os bonecos de Estremoz. Leite de Vasconcelos, para além de artigos sobre temas de etnografia artística escreveu também sobre a figa e o signo sai‑mão.
Um terceiro momento ocorre nos anos de 1940 na sequência do trabalho de Jorge Dias e da sua equipa, integrada, entre outros, por Ernesto Veiga de Oliveira, Fernando Galhano e Benjamim Pereira. O seu campo