mulheres negras no Tocantins
Maria Aparecida de Matos
Este artigo objetiva refletir sobre a trajetória e movimento das organizações negras e a criação do Coletivo de Mulheres Negras e Quilombolas do Tocantins – CMNEQTO (2010 a 2012). Enquanto espaço de todas as organizações negras no Estado; o Coletivo vem traçando uma ação/movimento de intervenção nas políticas do Estado do Tocantins voltada à promoção de políticas afirmativas de igualdade racial à população negra tocantinense. A partir de uma perspectiva etnográfica traçaremos nesse escopo o surgimento das organizações negras de mulheres, o pensar e o movimento do CMNEQTO na ocupação de espaços públicos e políticos; tais como: interferência na política de governo e nos Conselhos municipal, estadual e federal .
MULHERES NEGRAS E QUILOMBOLAS NO TOCANTINS: MOVIMENTOS E EXPERIÊNCIAS NO CMNEQTO
Maria Aparecida de Matos
“(...) criamos o Coletivo de Mulheres Negras Quilombolas do Tocantins - CMNEQTO porque o direito da mulher estava muito esquecido e muitas não tinha coragem de lutar” (I. R. 54 anos. Santa Teresa\TO).
PALAVRAS INICIAIS
Nas últimas décadas do mundo contemporâneo tem sido marcado por um intenso debate sobre consolidação da cidadania como um princípio para o acesso a dignidade humana e garantias de direitos individuais e coletivos. A cidadania envolve o acesso à educação, saúde, segurança pública, lazer, cultura - direitos que devem ser assegurados em sociedades democráticas, que garantem justiça sustentada e igualdade.
Constituindo como princípios orientadores das diversas ações e projetos que visam à intervenção que vá ao encontro da promoção da igualdade da participação política dos diversos seguimentos e que temos assistido, também, uma forte mobilização reivindicatória da participação das mulheres sobre tudo as mulheres negras quilombolas na sociedade, através da organização