Movimentos sociais
O movimento estudantil dispunha de várias organizações representativas: os DCEs (Diretórios Centrais Estudantis), as UEEs (Uniões Estaduais dos Estudantes) e a UNE (União Nacional dos Estudantes), entre outras. Com suas reivindicações, protestos e manifestações, o movimento influenciou significativamente os rumos da política nacional.
A expansão das universidades
Para entender como o movimento estudantil universitário se tornou um importante ator político, é preciso considerar algumas mudanças que afetaram o sistema de ensino superior público do país. No fim da década de 1950, ele começou a crescer, com a criação de faculdades e universidades. Num país em desenvolvimento, o acesso ao ensino superior passou a ser condição para acelerar o processo de modernização, ao mesmo tempo em que abria caminhos para a mobilidade e ascensão social.
A expansão do ensino superior resultou em um aumento progressivo da oferta de vagas, que foram preenchidas por jovens provenientes, sobretudo, dos estratos médios da sociedade. As matrículas cresceram a uma taxa média de 12,5 % ao ano. As estatísticas ilustram o tamanho do aumento: em 1945, a universidade brasileira contava com 27.253 estudantes; o total saltou para 107.299, no ano de 1962; em 1968, o número dobrou novamente, chegando a 214 mil.
Ideologia e política
O aumento do número de estudantes coincidiu com o crescimento e a consolidação de novas correntes políticas no meio universitário. As novas correntes se tornaram hegemônicas e defendiam ideologias ligadas à esquerda marxista (ou seja, um projeto socialista de transformação da ordem social). Várias lideranças de organizações estudantis tinham afinidade com essas ideias.
As correntes de esquerda foram bem