De acordo com Maria da Glória Gohn, Movimentos Sociais podem ser definidos como “ações coletivas de caráter sociopolítico, construídas por atores sociais pertencentes a diferentes classes e camadas sociais. Eles politizam suas demandas e criam um corpo político de força social na sociedade civil. Suas ações estruturam-se a partir de repertórios criados sobre temas e problemas em situação de: conflitos, litígios, e disputas. As ações desenvolvem um processo social e político-cultura que cria uma identidade coletiva ao movimento, a partir de interesses em comum. Esta identidade decorre da força do princípio de solidariedade e é construída a partir da base referencial de valores culturais e políticos compartilhados pelo grupo.” Do livro Teorias dos Movimentos Sociais, é possível depreender que o conceito sobre Movimento Social sofreu, historicamente, uma série de alterações. Apesar de iniciados no século XIX em conjunto com a sociologia para questionar e compreender as mudanças sociais da época como os movimentos proletário-comunista e socialista (caráter econômico), só ganharam visibilidade a partir dos anos 60. Nesse momento além de deixarem de ser vistos negativamente como anômalos (formas de conflito e desorganização) tentam ser explicados por diferentes teorias que abranjam todas as suas novas motivações e modalidades (de caráter sociopolítico) como o direito civil, estudantil, do negro e da mulher que as teorias antigas não davam conta de explicar. Assim passaram a ser caracterizados como construtores de inovações culturais e fomentadores de sociais positivamente. Tal mudança se deu pela crença de que a Teoria Marxista era muito determinista (pensamento linear da história), mecanicista (restrita) sobre a realidade social (viés econômico). Através das novas teorias, os fatores políticos foram considerados centrais, tirando-o do patamar de um dos aspectos superestruturais submissos ao estrutural econômico. Partindo do pressuposto que independente da motivação do