Movimentos literários
O manifesto escrito por Oswald de Andrade foi inicialmente publicado no jornal Correio da Manhã, edição de 18 de março de 1924: no ano seguinte, uma forma reduzida e alterada do manifesto abria o livro de poesias Pau Brasil. No manifesto e no livro Pau Brasil [ilustrado por Tarsila do Amaral], Oswald propõe uma literatura extremamente vinculada à realidade brasileira, a partir de uma redescoberta do Brasil. Ou, como afirma Paulo Prado ao prefaciar o livro:
“Oswaldo de Andrade, numa viagem a Paris, do alto de um atelier da Face Clichê - umbigo do mundo - descobriu, deslumbrado, a sua própria terra. A volta à pátria confirmou, no encantamento das descobertas manuelinas, a revelação surpreendente de que o Brasil existia. Esse fato, de que alguns já desconfiavam, abriu seus olhos à visão radiosa de um mundo novo, inexplorado e misterioso. Estava criada a poesia" pau-brasil”.
Oswald de Andrade
José Oswald de Souza Andrade nasceu em São Paulo no ano de 1890, era de família abastada. Ingressou na Faculdade de Direito do Largo São Francisco (São Paulo) em 1909. Publicou seus primeiros trabalhos em “O Pirralho”, semanários paulista de crítica e humor, que ele mesmo fundou em 1911. Em 1912, viajou para Paris, onde, convivendo com a boemia estudantil, entrou em contato com o futurismo e conheceu Kamiá, mãe de Nonê, seu primeiro filho, nascido em 1914. De volta a São Paulo, continuou no jornalismo literário. Em 1917, passou a viver com Maria de Lourdes Olzani (a Deise). Defendeu a pintora Anita Malfatti de uma crítica devastadora de Monteiro Lobato e fundou o jornal "Papel e Tinta". Em seguida, ao lado de Anita, de Mário de Andrade e de outros intelectuais, organizou a Semana de Arte Moderna de 22. Pelo espírito irreverente e combativo, nenhum outro escritor do modernismo ficou mais conhecido que Oswald. Sua atuação é considerada fundamental na cultura brasileira da primeira metade do século 20. Publicou "Os Condenados" e "Memórias sentimentais de João