Movimento dos trabalhadores sem terra
Em nosso país, prevaleceu historicamente uma desigualdade pelo acesso a terra, uma consequência direta de uma organização social, falta de distinção por parte dos líderes políticos entre o patrimônio público e o privado. Sendo assim, ao longo de séculos, predominou-se o grande latifúndio como sinônimo de poder. As camadas menos favorecidas como escravos, ex-escravos ou homens livres de classes menos ricas teriam maiores dificuldades à posse da terra.
Desde então, o que prevalece é a concentração fundiária, que gerou necessidade da discussão e da luta política como a encabeçada pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST).
Movimento dos Trabalhadores Sem Terra
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, ou MST, está organizado em 24 estados nas cinco regiões do país e surgiu em 1984 quando ocorreu o primeiro encontro do movimento em Cascavel, no Paraná, como uma tentativa de discutir e mobilizar a população em torno da concretização da Reforma Agrária.
Bastante conhecido pela tática de organizar barricadas em estradas e invasões de propriedades como maneira de chamar a atenção da mídia para sua causa, o MST surgiu em um momento em que o Brasil passava pela reabertura da política nacional, após o período da Ditadura Militar.
Antes desse período outros movimentos haviam tentado a distribuição igualitária das terras, mas, a Ditadura fez com que se dissolvessem e com que a causa só tomasse força novamente com o final da mesma na década de 80.
Outros países da América Latina como Guatemala, Bolívia, Venezuela, Colômbia, Peru, Equador e República Dominicana passaram pela mesma questão, mas, sem que em nenhum deles o processo de Reforma Agrária tenha sido concluído.
No Brasil a situação não é mais animadora uma vez que, até 2005, menos de 10% das famílias, das cerca de 7 milhões que não tem acesso a terra, foram assentadas. Destas 7 milhões, cerca de 200 mil famílias ligadas ao MST e outras 80 mil ligadas à outros movimentos