MORTE Vida Severina Texto Presencial

Morte e vida Severina
O gênero dramático o qual se constitui a obra de João Cabral Neto, é uma classificação literária que em essência, é mais bem representada com gestos, ações e cenas do que no estilo textual, por tratar-se do gênero Dramático; sendo assim, os signos teatrais representados possuem uma maior abrangência de ideias, conteúdos e de se “fazerem entender” mais explicitamente ao espectador.
Na obra em questão, a narrativa de uma sequência histórica se faz presente, bem como uma grande subjetividade a respeito das dificuldades enfrentadas, tristezas, pobrezas, misérias que a terra nordestina sofre desde sempre; além disso, uma grande analogia entre a vida e a morte, inerente à condição humana. A parte textual não é menos importante, porém, não permite ao espectador uma ideia tão rica em detalhes como na encenação, pois o drama se constitui de ações para poder ser mais bem representado.
Podemos analisar um trecho interessante no texto ao qual o protagonista se apresenta, tentando expressar quem ele é: “...Somos muitos Severinos iguais em tudo na vida: na mesma cabeça grande que a custo é que se equilibra, no mesmo ventre crescido sobre as mesmas pernas finas e iguais também porque o sangue, que usamos tem pouca tinta. E se somos Severinos iguais em tudo na vida, morremos de morte igual, mesma morte Severina: que é a morte de que se morre de velhice antes dos trinta, de emboscada antes dos vinte de fome um pouco por dia (de fraqueza e de doença é que a morte Severina ataca em qualquer idade, e até gente não nascida). Somos muitos Severinos iguais em tudo e na sina: a de abrandar estas pedras suando-se muito em cima, a de tentar despertar terra sempre mais extinta, a de querer arrancar alguns roçado da cinza.” Pg 2 e 3. Nesses trechos iniciais, é perceptível a sagacidade do autor em expressar os sentimentos do protagonista em formas não literais, mas sim imaginativas e analógicas; através de sua apresentação, ele mostra a efemeridade e a mortalidade do ser