Morte: uma visão psicossocial
RESUMO DO ARTIGO “MORTE: UMA VISÃO PSICOSSOCIAL”
A palavra morte na vida ocidental e, principalmente, contemporânea, possui um significado muito diferente do que possuía há anos. Para nós, ela comete à fraqueza, impotência, negação da vida, doença, e quaisquer outros adjetivos que diminuam sua complexidade e natureza. Os cemitérios, hoje em dia, são feitos afastados do centro, à margem da sociedade, para que os mortos não “incomodem” o bem-estar cotidiano. O corpo sem vida, antes pertencente a um ente querido, agora é só uma sobra de material biológico em decomposição, vulnerável a olhares de nojo. Não obstante, a morte antes familiarizada e ainda em contato com pessoas e com a casa, agora é colocada em ambientes como hospitais, fechada, e mantida tecnicamente por máquinas e frieza. O alvo da morte virou o problema, a doença em si, e não o paciente. Toda essa modificação ocorreu através da modernidade, da revolução higienista, do avanço da medicina, da ascenção do capitalismo, etc.
A morte não quer dizer a respeito somente da parte biológica de seu acontecimento, da parte da doença. A morte também, e não menos, tem muito a ver com as espiritualidade, religiosidade e emoções que a acompanham, em todas as suas formas. A finitude humana tem, para cada pessoa que a encontra, um significado diferente, uma vivência diferente, de acordo com suas crenças, época, cultura, nível sócio-econnômico,etc. É a ruptura de uma historia, em parte já vivida e em parte interrompida. Os sentimentos que vem a tona nessa fase tem tanta importância quanto o tratamento adequado necessário para se sair dessa situação. É o momento em que a pessoa entra em contato com a sua subjetividade, sua essência. O fenômeno da morte, portanto, é ao mesmo tempo físico, psíquico e social. A expressão dos sentimentos e emoções é importante igualmente para os familiares e amigos que estão sofrendo o luto. Nesse contexto, a humanização no tratamento