Suicidio - estudo psicossocial
Estudo psicossocial
Rogério Lustosa Bastos
Este livro pretende debater o suicídio frente à psicologia e junto à questão psicossocial. Isto implica que estas páginas desenvolverão tal temática pelo viés psicológico, pela perspectiva social e também pelo entrelaçamento psicossocial. Nesta última visão, o suicídio será analisado por uma posição que caminha pelos pontos de vistas psicológico (endógeno) e pelo social (exógeno). Ressalte-se que esse entrelaçamento será, principalmente, desenvolvido a partir das idéias de Bleger. Dentro destas idéias, entre outros fatos importantes, será destacada a questão do vínculo, que se inicia no agrupamento familiar e tem papel significativo em muitas tentativas de suicídio e alguns suicídios fatais. Em síntese, visando sistematizar essa discussão, este livro será desenvolvido em três partes básicas e sete capítulos, como se verá a seguir.
Parte I
No Capítulo I são debatidas as definições da autodestruição. Aqui se verá que conceituar tal termo é não só se deparar com suicídios no plural, como também entendê-lo dentro de um contínuo existencial de autodestruição, o qual se apresenta por três graus básicos: os “primeiros graus de suicídios”; os “graus intermediários de suicídios” e os “graus extremos ou últimos graus de suicídios”. Os primeiros graus se relacionam aos graus inconscientes da autodestruição. Estudos, tal como o de Stubbe (1982), indicam que, em tese, todo e qualquer ser humano situa-se aqui, mas sem que necessariamente venha, um dia, a se tornar um paciente suicida. A título de ilustração, podemos exemplificar com a situação daqueles que fumam de forma extremada, dos que dirigem embriagados, de cada um de nós que, indiretamente, apresenta um ou outro comportamento que põe em risco a sua própria vida. Os graus intermediários de suicídios se relacionam com o momento em que o indivíduo apresenta de fato atitudes que ponham em risco, diretamente, a sua própria existência. Vendo de outro modo, diferindo do