MORFOSINTAXE

1796 palavras 8 páginas
Livro – um encontro
Barbara Andersen
Lygia escreve Livro: um encontro com Lygia Bojunga quando a Agir, sua editora à época, a convida para acompanhar uma exposição das publicações brasileiras e estrangeiras de seus livros. Ele relata a relação de Lygia com alguns livros que tiveram um impacto marcante em sua vida e as primeiras experiências com sua criação literária.
O embrião desta obra foi uma mensagem escrita em 1982 para o Dia Internacional do Livro Infantil, a pedido da International Board on Books for Young People - IBBY, intitulada “Livro: a troca”. Lygia, que sempre teve uma ligação muito estreita com este objeto, mesmo antes de aprender a ler, retoma o tema, expandindo-o. Sua vontade de estar mais próxima de seus leitores, de encontrá-los, ter uma interação afetiva com eles, faz com que a sua faceta atriz aflore e, ao apresentá-lo oralmente, descobre que seu livro é, na verdade, um monólogo.
Um monólogo em tom de conversa, onde conta como certos livros a marcaram profundamente, pois foram paixões arrebatadoras. Lygia vai contando os sete casos que teve e o que cada um lhe trouxe. Assim que aprendeu a ler, teve seu primeiro caso com o precursor da literatura infantil brasileira, que encanta gerações desde o início do século passado, Monteiro Lobato. Ele desperta sua imaginação. Lygia se torna uma leitora, um ser de imaginação ativa, criativa, que interage com o que lê.
Dez anos mais tarde, apaixona-se por dois escritores estrangeiros: Poe e Dostoievski. Suas escritas impregnadas de uma atmosfera opressiva, fantástica e sobrecarregadas de angústia a cativam. Ela se envolve intensamente com esse desespero. Quando Lygia não está a sós com Raskolnikov, traga o imaginário sombrio e denso dos contos de Poe.
Seu quarto caso é proibido, se envergonha de ter tido um caso tão vulgar, nem conta com quem foi. Foram muitos os livros lidos secretamente, todos muito parecidos entre si, pois seguiam a mesma receita. Quando finalmente lê o último, se sente traída e

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