Morfologia das cidades medievais
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Morfologia das cidades medievais Destas diversas origens decorrem modelos urbanos diferenciados, mas cuja morfologia tende, com o tempo, o assemelhar-se. O crescimento e a instalação de novas funções, como as ordens militares e as religiosas, conduzem a uma sobreposição de traçados: aos restos do traçado ortogonal romano vai sobrepor-se o traçado radiacêntrico da Idade Média. Mudanças funcionais, falta de espaço dentro do perímetro amuralhado, dificuldades na obtenção dos materiais de construção, levam a cidade medieval o utilizar os restos das antigas cidades romanas: pedras de templos e edifícios. A sobreposição de traçados e de construções realiza-se sem uma ordem predefinida com pontos de apoio nos eixos que ligam as cidades, estradas de passagem, portos das muralhas, pontes sobre os rios, etc. Assim, a formação da cidade medieval vai processar-se organicamente por desenvolvimento das antigas estruturas romanas ou pelas fundações de cidades novas organizadas segundo um plano regulador. A disposição dos traçados medievais também corresponde à divisão do terreno em loteamento que se vai sobrepor às ruínas e restos dos assentamentos anteriores. A operação de loteamento é mais evidente na fundação de bastides ou cidades novas, pelo recurso a quadrículo e a geometrias de divisão do solo. A possibilidade de um traçado em terreno livre conduz as formas regulares e a uma ideia predeterminada na concepção espacial. Gradualmente, novos conceitos de desenho vão tomando lugar: abandona-se a escala monumental das cidades romana em favor de uma morfologia mais intimista, culminando na forma e escala das pequenas cidades medievais, cujo desenvolvimento se apoia em classes sociais: o artesão e o comerciante, que se agrupam em sistemas de corporação e poupança, dando mais tarde início a banca. O desenvolvimento deste sistema social gera aumentos e redistribuições demográficos e necessidade de novos espaços. Episodicamente, grandes