Moreno
Sua inspiração provinha das tradições antigas da filosofia grega e do drama clássico como catarse, embora fosse um profundo estudioso de sociologia e psiquiatria. Personalidade independente e megalomaníaca, ainda jovem fundou uma espécie de movimento espiritual , um teatro e uma revista próprios e, no ápice da carreira, possuía um hospital psiquiátrico, uma escola e uma editora.
Moreno encontrava-se isolado na propagação de métodos de psicoterapia de grupo. Não conseguia submeter-se às restrições de instituições. Também não se preocupava em associar seu nome a sua produção: suas primeiras obras foram publicadas anonimamente; freqüentemente suas idéias acabavam permeando a cultura geral.
Moreno descendia de uma família de judeus sefaraditas que da Espanha havia-se refugiado na Turquia. Otimismo e fervor religioso eram parte da vida desses judeus e é dentro deste contexto que podemos entender o estilo pessoal de Moreno – expressivo, carismático e criativo – e sua busca por níveis cada vez mais altos de espontaneidade, amor e bondade. Moreno acreditava que para o homem ser amoroso e bom, precisava tentar imitar as qualidades de Deus, pois só Ele era bom.
Sua vida: infância e adolescência
Jacob Levy Moreno nasceu em 1889, na Romênia. Sua mãe, Pauline, teve-o com apenas 16 anos. Era uma mulher fervorosa, cheia de idéias e sonhos, grande contadora de histórias, versátil em idiomas. A ela cabia a transmissão das tradições judaicas no lar. Seu pai, Nissim, era sério e autoritário. Ausentava-se muito de casa e iniciou sem sucesso diversos negócios.
Aos seis anos de idade, Moreno se mudou com a família de Bucareste para Viena. Com o pai cada vez mais ausente, Jacob, o primogênito de seis filhos, acabou assumindo uma posição especial de autoridade. A família era tradicional e Moreno fez seu barmitzvá em uma sinagoga sefaradita em Viena. Quando estava com quatorze anos de idade, em 1903, seu pai fez uma última tentativa de manter a