Monteiro lobato e giselle - diferenças de textos
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Olá, acrescento em seu texto: há uma gradação entre os textos que vai do utilitário ao estético. O valor dado à enunciação, à forma de contar uma história é totalmente diferente, ainda que no último texto haja um retorno ao contar tradicional, mesmo com a atualização da ética subjacente e com a presença de diálogos. Diria que Lobato brinca com a forma de dizer e Giselda brinca com a temática e o gênero. Giselda desde o título mostra o envolvimento que abre ao leitor. Com linguagem simples, narra no mundo infantil. Apresenta um caráter lúdico que vai incutindo a “ideia de luta pelo sonho” ao longo do discurso, exemplificando-o. Transforma a moral para uma visão mais positiva. Concretiza com um final feliz.As estórias não perdem o foco da fábula, a luta por uma situação melhor, porém as primeiras duas narrativas apesar de seu caráter didático em nada se identificam com o mundo infantil. Na situação atual, é até estranho dizer que a fábula primordial de Calila e Dimna e a fábula tradicional de La Fontaine eram usadas pedagogicamente. É notável o salto que Lobato dá, abrindo espaço ao diálogo com a criança. Giselda alarga ainda mais o leque, consegue mostrar sua visão da fábula enriquecendo-a com os elementos mágicos do conto de fadas. É impossível, porém, deixar de notar o quanto à literatura infanto-juvenil tem sua origem na literatura primordial (bem antiga), resiste nas recolhas da literatura oral tradicional (da idade media) e chega até nossos dias, enriquecendo-se ao longo dos anos. O conto de fadas tradicional nos diz: Siga as regras para ser feliz. O conto infantil moderno aconselha, de maneira muito simpática: Seja você sem medo de ser feliz. Att. prof