Montagem da coreografia "Sagração da Primavera" -Pina, Win Wenders

TRABALHO DE MONTAGEM/EDIÇÃO I FINAL
PROFA. DRA. CECÍLIA ANTAKLY DE MELLO

pina

ANÁLISE DA COREOGRAFIA ‘SAGRAÇÃO DA PRIMAVERA’.

Felipe Dias Lemos
Nº USP 854.40.82
CTR-ECA-US
A dança expressionista de Pina Bausch é única ao retratar os sentimentos mais profundos do ser humano. “Eu não investigo como as pessoas se movem, mas sim o que as move” era a frase que estruturou a poética da pesquisa da coreógrafa alemã durante os anos que atuou em “Wuppertaler Bühnen”. O filme dirigido por Win Wenders depara-se, assim, com um grande desafio: o de conseguir, diante da linguagem cinematográfica, não só captar mas também ilustrar e desenhar os valores que moviam Pina em suas coreografias. Diante do falecimento da artista em 2009, no decorrer da produção, a obra adquiriu um valor ainda maior. O filme seria uma insigne homenagem diante da necessidade de suprimir e transmitir a essência de Pina. Os estados emocionais primitivos do ser humano retratados na dança, assim como a plasticidade das experiências coreográficas, tinham que ser transmitidas através de um canal diferente que não o do palco, no entanto, a força e vida que Pina pulsava em cada um de seus espetáculos não poderia se esvair.
Uma dança ou performance traduz uma maneira especial de se dar vida, expressão a conceitos e formas. O corpo torna-se o suporte material e essencial da expressão. No entanto, o cinema, ao retratar tal tipo de expressão depara-se com a necessidade de adaptá-la à presença da câmera. Assim, as linguagens devem somar-se e disso surgir um novo valor que consiga transmitir a essência da coreografia ou performance captada. Diante disso, a análise da montagem da coreografia ‘Sagração da Primavera’, que abre o filme de Wenders, é um belo exemplo de uma adaptação da performance para a linguagem audiovisual. Utilizando-se da recente técnica 3D, o diretor conseguiu projetar e acrescentar valor à obra de Pina. A narrativa contada pela dança torna-se