Monografia

1. INTRODUÇÃO

A criação de peixes, ou piscicultura, é uma atividade zootécnica que visa à exploração racional através da supervisão e regulação da reprodução, alimentação e desenvolvimento dos peixes em um ambiente controlado que busca proporcionar as características de seus habitats naturais. O Brasil é um país privilegiado, pois conta com uma das maiores bacias hidrográficas e uma enorme extensão territorial, toda recortada por inúmeros cursos de água doce (Teixeira, 1991), além de um clima extremamente favorável para o crescimento de diversos organismos aquáticos, terras disponíveis e ainda relativamente baratas na maior parte do país, mão-de-obra abundante e crescente demanda por pescado, demonstrando um enorme potencial para a piscicultura. Várias vantagens são relatadas por Sousa (1985) com este tipo de criação: o uso de terras improdutivas, seja pela infertilidade do solo, ou por ser zonas de brejos; uso de mão-de-obra familiar; facilidade no manejo; transformação de alimento de pouco valor nutritivo, ou subprodutos, em proteína animal de alta qualidade, entre outros. A demanda por produtos de pesca cresce a cada ano devido ao crescimento populacional e, principalmente, devido ao conceito de que estes produtos proporcionam uma alimentação saudável. Os peixes são ricos em ácidos graxos Ômega-3 e 6, que produzem, quando consumidos, vários benefícios como a redução do excesso de colesterol, ação antiinflamatória nas articulações, normalização da pressão arterial, diminuição da agregação plaquetária, ajudando, assim, a impedir a formação de coágulos que são importantes causas de infartos (Mahecha et al 2002). Outro fator positivo para a criação de peixes é a redução do potencial da pesca marinha e continental, este, de acordo com (Teixeira, 1991), devido ao desmatamento ciliar, garimpagem, esgotos de cidades e rejeitos industriais. Apesar do índice de consumo de peixes, de modo geral, ser menor que outras fontes de proteínas como a carne de