Monografia
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Nunca houve no Brasil um desemprego tão alto quanto o que tem sido observado neste final de século. O crescimento extraordinário do desemprego, tanto em termos relativos como em termos absolutos, tem sido acompanhados pela crescente deterioração das condições de trabalho. A taxa de desemprego aberto tem subido continuamente de 4,6% em 1995 para 7,8 em 1999. A taxa de desemprego oculto também apresenta um aumento dramático. Em São Paulo, por exemplo, a taxa de desemprego total (aberto mais oculto) aumentou de 13,2% em 1995 para 19,5% em 1999. Este aumento do desemprego é generalizado, tanto em termos de grupos sociais, como em termos setoriais. Para ilustrar, a maior taxa de crescimento do número de desempregados é a do grupo social com maior escolaridade – trata-se aqui, de engenheiros, advogados e economistas desempregados. A redução do número de postos de trabalho ocorreu todos os anos a partir de 1995 e atingiu todos os setores, inclusive aqueles com maior intensidade no uso de trabalho (construção civil e comércio).
O autor mostra claramente que também tem havido uma piora significativa das condições de trabalho. Os dados são conclusivos a respeito do aumento do trabalho temporário, por tempo determinado, e sem renda fixa. A precarização do trabalho reflete o fato de que dois em cada cinco brasileiros encontram ocupação em atividades informais. Verifica-se que nas grandes cidades três em cada cindo brasileiros estão desempregados ou na informalidade. Estima-se, então, que cerca de 24 milhões de pessoas estariam fora do mercado formal de trabalho, enquanto mais de 10 milhões estariam desempregadas. A piora da situação do emprego tem implicado em uma deterioração das condições de trabalho. É evidente o debilitamento dos sindicatos. Conforme assinalou o autor “a ação sindical foi restringida pela profunda transformação regressiva da estrutura produtiva, pelo crescimento econômico medíocre, pela redução dos espaços de negociação