Modernismo
A política dos governadores instituída no governo Campos Salles, de mútuo apoio nas esferas federal e estaduais, beneficiou os grandes proprietários rurais de São Paulo e Minas Gerais e resultou na famosa política café-com-leite, que perdurou até 1930.
Nas grandes concentrações urbanas, com suas avenidas iluminadas e repletas de lazer, como o teatro, o cinema e os espetáculos musicais, conviviam os burgueses, desfilando em seus automóveis importados e discutindo os recentes lançamentos artísticos e culturais do exterior; e a população pobre, com maioria esmagadora de analfabetos, sem acesso aos mais elementares bens do capitalismo.
São Paulo começava a demonstrar sua vocação para metrópole. Além da diversidade étnica e cultural, a imigração também trouxe populações oriundas de outros contextos político-econômicos, bem diferentes do brasileiro.
Chegavam a nosso país operários conscientes de seus direitos de cidadãos e com a tradição da prática e filiação partidária já incorporada em seus países de origem.
Esses fatores contribuíram para a organização das classes trabalhadoras em sindicatos, além da fundação do Partido Comunista Brasileiro, em 1922.
O ponto de partida do Modernismo brasileiro e maior marco de nossa Literatura no século XX, foi a Semana de Arte Moderna, realizada em São Paulo, em fevereiro de 1922, ano em que se comemorava o centenário da Independência do Brasil.
Alguns fatos podem ser apontados que, entre 1912 e 1922, prepararam a eclosão do movimento modernista brasileiro.
Em 1912, Oswald de Andrade regressou de sua primeira viagem à Europa, quando trouxe notícias do impacto causado na Literatura pelo manifesto futurista de Marinetti. Sem dúvida, este acontecimento pareceu ser o detalhe que faltava para determinar a modernidade nas letras nacionais.
A remodelação da arte brasileira se iniciou pelo repúdio ao academicismo da pintura