Modernismo em Portugal
O início do século XX, em Portugal, foi muito conturbado, culminando com a Proclamação da República. Essa insatisfação político-social influencia a literatura. Em 1915, com a Europa vivendo a I Guerra Mundial e os meios artísticos difundindo seus manifestos de vanguarda, Portugal começa a viver os problemas do período republicano envolve-se num clima de profundo nacionalismo. Nesse contexto, conhece-se o maior nome do Modernismo Português: Fernando Pessoa.
Fernando Pessoa (Lisboa, 1888-1935) O poeta passa parta da infância na África do Sul, onde aprende o inglês como se fosse sua língua nativa. Retraído, preferindo o isolamento, sem compromisso, trabalha, desde 1908 até a sua morte, como modesto correspondente comercial de várias firmas. O poeta ele-mesmo produziu muito durante anos, mas não publicou nada. Em 1934, participou de um concurso literário com o livro “Mensagem” e obteve o segundo lugar. Foi a única obra que viu publicada, pois, em novembro do ano seguinte, foi internado por alcoolismo e morreu. O livro “Mensagem”, composto de pequenos poemas, conta a história de Portugal liricamente, projetando de modo místico o sonho de um futuro glorioso novamente. Nele, estão os famosos versos
Mar Português
Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Quem quer passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.
Ao lado de textos nacionalistas, há um Pessoa lírico, cujos temas são saudade, solidão, arte, vida tédio, infância, etc.
Isto
Dizem que fino ou minto
Tudo que escrevo. Não.
Eu simplesmente sinto
Com a imaginação.
Não uso o coração.
Autopsicografia
O poeta é um fingidor
Finge tão