Modalidades do discurso e personagens- Memorial do Convento
D Joao V - Neste capítulo, é caracterizado, mais uma vez, como megalómano e infantil, quando diz querer construir uma basílica igual á de S. Pedro de Roma ["Quero ter uma basílica igual na minha corte, (...)", pág. 382], não se importando com os gastos que esta causará, mesmo sendo avisado das possíveis consequências desses gastos ["Saiba vossa majestade que haver, havemos cada vez menos e dever, devemos cada vez mais, (...) por este andar ainda acabamos por ver o fundo do saco(...)", pág. 388]. D Joao V, é também criticado por Saramago, na medida em que não hesita em utilizar a sua posição social para recrutar o povo contra a sua vontade para satisfazer os seus caprichos ["Ordeno que a todos os corregedores do reino se mande que reúnam e enviem para Mafra quantos operários se encontrarem nas suas jurisdições, (...) recrutando-os, ainda que por violência(...)" pág. 399].
João Frederico Ludovice- O arquiteto é visto como cúmplice do rei, fazendo o projecto para o convento, mas, por outro lado, é quem demove o rei da ideia de construir uma basílica igual á de S. Pedro de Roma [“ talvez nem daqui a duzentos e quarenta anos o conseguíssemos, estaria vossa majestade morta”, pág. 383], assim, o arquitecto e o rei combinam aumentar o convento de oitenta, para trezentos fades.
Provincial- Esta personagem representa o clero. O autor critica que este grupo social tome posição pelos pobres e miseráveis mas que, na verdade viva no luxo, e seja ambiocioso. Essa ambição é revelada pelo provincial quando sabe que o rei quer aumentar o convento para que lá caibam trezentos frades [“(...)derrubou-se no chão dramaticamente, beijou com abundância as mãos da majestade,(...) Senhor, ficai seguro de que neste momento está Deus mandando preparar novos e mais sumptuosos aposentos no seu paraíso para premiar quem na terra o engrandece e louva em pedras vivas(...)”, pág. 386].
João de Melo/Vedor/Guarda-Livros/ Almoxarife- Esta personagem trata das finanças do reino,