Mkt no brasil
Sem fronteiras delimitadas; o marketing sofre a crítica de ser pouco científico. Será mesmo?
Disse o engenheiro, com desdém:
– Até hoje ninguém conseguiu me explicar o que é marketing.
Desafio aceito. Afinal, o que é marketing?
Em economia e negócios, os conceitos costumam variar de significado ao sabor da corrente de pensamento de quem os analisa. Poucos conceitos, no entanto, têm tantos e tão distintos predicados quanto o marketing. Nosso engenheiro alfineta precisamente esse flanco. Um dos pilares básicos de qualquer área de conhecimento, em especial das ciências, é a delimitação clara de suas fronteiras. A multiplicidade de definições torna o conceito de marketing impreciso, pouco científico. Contudo, apesar dessa aresta epistemológica por aparar, marketing existe – fosse diferente, não haveria tanta gente boa tentando acertar sua canela. Então, qual seria o escopo de atividades do marketing? Como definí-lo? Revisitemos algumas opiniões.
Peter Drucker, espécie de oráculo da administração de negócios nas últimas quatro décadas, disse no início dos anos 60 que “a primeira tarefa de uma companhia é gerar consumidores”. Para ele, “marketing é tão básico que não pode ser considerado uma função em separado. Marketing é o negócio visto do ponto de vista do seu resultado final, ou seja, do ponto de vista do cliente. O sucesso nos negócios não é determinado pelo produtor, mas pelo consumidor”. Essa mudança de foco é fundamental para a compreensão do marketing. Até a década de 50, nos Estados Unidos, as empresas geravam um produto e o vendiam aos consumidores mediante um esforço de vendas. Ou seja, quem definia o que seria oferecido ao mercado era o vendedor. Para o marketing, ao contrário, quem define o que será oferecido ao mercado é o próprio mercado. O vendedor ausculta o comprador previamente, analisa suas necessidades e desejos e gera um produto de tal forma adequado à demanda, que